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HGE oferece acompanhamento psicológico e ajuda na recuperação dos pacientes

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Repórter: Neide Brandão
Repórter Fotográfico: Thallysson Alves

No HGE, o atendimento psicológico aos pacientes é realizado no leito das Enfermarias e das UTIs

Para amenizar sentimentos negativos, como tristeza e estresse, desencadeados durante o período de internação, os pacientes, assim como seus familiares e os profissionais de saúde, recebem também suporte psicológico no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Para isso, os integrantes do Serviço de Psicologia da maior unidade hospitalar alagoana percorrem os leitos, tanto nas enfermarias, quanto nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), prestando assistência psicológica.

Para os familiares, o atendimento acontece também de forma coletiva, em horários específicos. No caso dos profissionais, eles conseguem assistência individual via Serviço de Qualidade de Vida do Trabalhador (SQVT). A assistência conta com suporte focado na melhora da saúde mental, a partir da conversa e análise feita pelos profissionais de psicologia, conforme explica a psicóloga do HGE, Cíntia Maria Silva.

“Com o encaminhamento da equipe de saúde ou busca ativa, o psicólogo entra em contato com o caso, acolhe o paciente e estabelece uma aliança terapêutica positiva. Realizamos o que chamamos de entrevista preliminar com o paciente ou seus familiares. Nesta entrevista, avaliamos aspectos cognitivos, emocionais e inter-relacionais, observando a atitude diante do entrevistador, o estado de consciência, o pensamento, a linguagem, a memória, a motivação para ser atendido e a afetividade, que se caracteriza pelo humor. Então, informamos sobre a atribuição do psicólogo hospitalar e fazemos as devidas orientações”, esclarece a psicóloga.

A psicóloga Cíntia Silva ressalta que a psicologia hospitalar é o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do processo de adoecimento

Constatação

Cíntia Maria Silva relata o caso de uma jovem de 19 anos que cursava Medicina Veterinária e tinha conflitos com o pai. “Foi um caso que me marcou muito. Ela não se sentia amada por ele. Um dia passou em uma praça e o viu em situação de afeto com outros filhos. Então, foi pra casa e tentou suicídio com medicação, chegando a ficar desmaiada. Ela foi levada para a área vermelha do HGE, onde ficou entubada por três dias. Após o atendimento sistemático, começou a reencontrar sentido para continuar a viver”, detalhou a psicóloga do HGE, ao acrescentar que, posteriormente, a paciente registrou sua gratidão ao Serviço de Psicologia, por meio de depoimento enviado à Ouvidoria do HGE.

Ainda de acordo com Cíntia Maria Silva, os pacientes vêm para o ambiente hospitalar para tratamento de traumas ou doenças de diversas complexidades, mas, dependendo do desenrolar do tratamento e do tempo em que permanecem hospitalizados, desenvolvem problemas de cunho psíquico. “Diante da situação deles, como a vivida pela paciente citada ou do próprio adoecimento dentro do hospital, podem enfrentar abalos e prejuízos na condição emocional, como a ansiedade, a depressão ou mesmo o pânico. Nessas situações, um suporte psicológico auxilia em todo o processo de internação”.

Cíntia Maria Silva ressalta que a psicologia hospitalar é o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do processo de adoecimento. “Uma das prioridades no desenvolvimento do trabalho do psicólogo no contexto hospitalar está na possibilidade de uma prática integradora, voltada para a interdisciplinaridade, tendo como foco a melhora na qualidade da hospitalização e a promoção, prevenção e recuperação do bem-estar emocional do paciente, da família e dos profissionais da saúde”, salienta.

Segundo ela, o psicólogo atua no controle situacional, gerenciamento de mudanças, análise institucional, mediação de conflitos, psicologia de ligação, entre outros pontos. “O atendimento psicológico à beira do leito busca diminuir esse sofrimento psíquico, desencadeado pela hospitalização, contribuindo para o bem-estar emocional e melhora na adesão ao tratamento”, diz.

HGE conta com 31 profissionais de psicologia que se dividem a missão de desenvolver uma escuta empática, 29 deles com o objetivo de acolher e reconhecer necessidades que auxiliarão na assistência

Psicologia em números

No HGE, 31 profissionais dividem a missão de desenvolver uma escuta empática, 29 deles com o objetivo de acolher e reconhecer necessidades que auxiliarão na assistência. Mensalmente, aproximadamente 3,5 mil atendimentos são realizados pela equipe da psicologia.

“Recuperar a saúde dos pacientes é fundamental. Queremos que retornem saudáveis para seus lares e seus familiares. Aliar o acompanhamento psicológico a essa missão, com certeza, agrega positivamente. O atendimento de saúde mental integra a rede de cuidados e a atenção à família, pacientes e profissionais e está interligada à importância da dimensão psicológica no processo de adoecimento e de vivência da internação”, sobrepõe Soraya Suruagy, coordenadora do Serviço de Psicologia do HGE.

Cuidados

Dentro do hospital, além do apoio psicológico, diversas ações são realizadas com foco no bem-estar de pacientes, acompanhantes e profissionais. Um exemplo é o projeto Prontuário Afetivo, que visa estabelecer vínculos e aproximar a relação entre os pacientes da unidade e a equipe multidisciplinar que os atendem diariamente.

Os projetos de grupos psicoeducativos com acompanhantes de pacientes internados nas enfermarias e com mães de crianças em situação de UTI também são ações a destacar. Ambos procuram interligar os pacientes e a equipe, além de tratar de forma coletiva e educar nas necessidades de cada caso.

Para o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, a disponibilização de uma equipe de psicologia para acompanhar os pacientes do HGE representa mais uma ação de humanização que a unidade hospitalar proporciona aos seus usuários. “Além de assegurar assistência para tratar os diversos problemas de saúde, o acompanhamento psicológico é fundamental, porque muitas pessoas permanecem internadas por longos períodos, distante de seus familiares e amigos, além do que, algumas ficarão com sequelas, sendo, desse modo, fundamental o acompanhamento psicológico”, ressaltou o gestor da saúde estadual.  

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