Repórter: Thallysson Alves
Repórter Fotográfico: Thallysson Alves

O Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, não é referência no tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), mas precisa e está preparado para acolher os portadores durante o atendimento. Para reforçar essa atenção, a Sala Lilás, ligada à Rede de Atenção às Violências (RAV) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), realizou, nesta terça-feira (27), uma ação de conscientização sobre a importância da prevenção, assistência, sensibilização e proteção dos direitos das pessoas infectadas.
A coordenadora da Sala Lilás, Tatiane Barbosa, explica que a estratégia, alusiva à campanha Dezembro Vermelho, é informar para estimular os hábitos preventivos e espantar o preconceito. Durante os diálogos, também foram apresentados os serviços disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em outras unidades de saúde, entre eles a realização de testes rápidos para diagnóstico do HIV, da sífilis e da hepatite.
“Nos organizamos de forma multidisciplinar com a finalidade de fortalecer as boas práticas durante o atendimento a quem precisa dos nossos cuidados e é portador da Aids, por exemplo. É importante que todos nós estejamos preparados para assistir esse perfil de paciente como qualquer outro, utilizando adequadamente os equipamentos de proteção; e saibamos pedir ajuda quando observamos que algo no nosso corpo não está bem”, enfatizou a liderança.

Nos últimos dez anos, conforme o Ministério da Saúde, o Brasil registrou queda de 25,5% na mortalidade por Aids. Apesar da redução, cerca de 30 pessoas morreram de Aids por dia só no ano passado. 92% das pessoas em tratamento no país já atingiram o estágio de estarem indetectáveis, ou seja, estado em que a pessoa não transmite o vírus e consegue manter a qualidade de vida sem manifestar os sintomas da Aids.
“O assunto ainda é um grande tabu e o diagnóstico gera muito medo. E quem tem a doença, há quem não aceita e nega o tratamento, ou se submete ao tratamento sem que outras pessoas saibam por medo da forma como irão reagir. Também tem quem ache que se contrair o vírus, tem tratamento e ficará tudo bem. Ou seja, é um assunto ainda cheio de desinformações e é bom ver que as pessoas aqui no hospital tratam dele com seriedade”, disse Mynaguacy Kadja, de 22 anos.

O contágio do HIV pode ser pela relação sexual sem preservativo (vaginal, anal e oral), pelo uso de seringa por mais de uma pessoa, pelo contato com o sangue contaminado, da mãe infectada para seu filho durante a gestação e amamentação e por instrumentos que furam ou cortam não esterilizados. A contaminação não acontece durante a masturbação, o beijo no rosto ou na boca, contato com o suor e lágrima, picada de inseto, aperto de mão ou abraço, assento de ônibus, banho de piscina, uso do mesmo banheiro, doação de sangue, ar, uso de utensílios como: sabonete, toalha, lençóis, talheres e copos.
“A saúde pública é uma pauta prioritária do governador Paulo Dantas e o nosso secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, tem buscado táticas importantes que levam os serviços a todos os alagoanos. Todos nós estamos empenhados em desenvolver o Estado tendo muito coração para cuidar das pessoas”, afirmou o diretor do HGE, Fernando Melro.