Repórter: Thallysson Alves / Ascom HGE
Repórter Fotográfico: Thallysson Alves / Ascom HGE

Os seus check-ups ginecológicos estão em dia? Essa foi a indagação levada às servidoras do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, nesta quinta-feira (20), em evento interno, voltado aos servidores e alusivo ao Março Lilás, que visa o combate ao câncer do colo do útero. É que, segundo o Ministério das Saúde, a doença está relacionada ao contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV) e pode não apresentar sintomas na fase inicial, o que pode agravar as suas consequências.
“O HPV é transmitido, principalmente, pela relação sexual desprotegida e existem mais de 200 tipos. A maioria das pessoas entra em contato com o vírus ao longo da vida, mas o organismo quase sempre o elimina naturalmente. No entanto, em alguns casos, a infecção persistente por determinados tipos pode levar ao desenvolvimento de lesões que, se não tratadas, evoluem para o câncer na parte inferior do útero, chamada “colo”, que fica no fundo da vagina, e se não diagnosticado e tratado invade para parte interior do útero e adjacências. Podendo, em caso mais grave, ter metástases”, explicou a ginecologista Zeneide Wanderley.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo de suas vidas. O tabagismo, a iniciação sexual precoce, a multiplicidade de parceiros sexuais, a multiparidade e o uso de contraceptivos orais são considerados fatores de risco. A idade também interfere nesse processo, sendo que a maioria das infecções que ocorrem em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que acima dessa idade a persistência é mais frequente.
“No início, as mulheres não sentem nada. Mais tarde, podem aparecer sangramentos, geralmente é após o coito, fora do período menstrual, dor e corrimentos. Caso apresente algum desses sintomas, que também são comuns a outras doenças, é preciso que elas procurem uma Unidade Básica de Saúde; se a situação se caracterizar uma urgência, o atendimento pode ser iniciado pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que poderá encaminhá-la ao serviço especializado”, complementou a médica do trabalho, Adeildes Rosas.
O HGE não é referência para o tratamento oncológico. Caso o paciente já admitido com outra patologia apresente sintomas suspeitos de câncer, a responsabilidade da maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas é estabilizar o quadro clínico e viabilizar os exames necessários para o diagnóstico. Se o tumor maligno for confirmado, o Núcleo Interno de Regulação (NIR) solicita a transferência para o hospital de referência para o tratamento do câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Além da relação sexual protegida, a vacina contra o HPV, disponível na Unidade Básica de Saúde, é uma necessária alternativa para prevenção do câncer do colo do útero. Ela é indicada a meninas e meninos entre nove e 14 anos, pois a proteção nesses grupos é maior do que em adultos. A vacina protege contra os principais tipos de HPV causadores do câncer do colo do útero, mas não todos. Portanto, é necessário que a mulher, mesmo vacinada, faça o exame preventivo na faixa de idade recomendada”, orientou a ginecologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença. Ele pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública e sua realização periódica permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença. Extraordinariamente este mês, em alusão ao Março Lilás, ele está disponível a todas as servidoras do HGE no Serviço de Qualidade de Vida no Trabalho (SQVT).
“Agradecemos à ginecologista Zeneide Wanderley, à nossa médica do trabalho Adeildes Rosas, à psicóloga Isabella Costa e à nutricionista Graça Cavalcante e à equipe de Enfermagem do SQVT (Giselia Rocha, Samyra Calheiros, Lucineide Lins, Cláudia Magna e Priscilla Cavalcante) pela realização dessa roda de conversa tão rica de informações importantes. E reforçamos que os servidores do HGE que precisam de mais informações e até acesso ao exame podem procurar o SQVT que ajudaremos no ingresso ao fluxo de atendimento”, pontuou a coordenadora do SQVT, Karlla Martiniano.