Repórter: Ruana Padilha
Repórter Fotográfico: Olival Santos
O Hospital do Coração Alagoano Professor Adib Jatene, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), e situado em Maceió, realizou, nesta quarta-feira (6), a primeira cirurgia de implante de válvula aórtica transcateter (Tavi, do inglês Transcatheter Aortic Valve Implantation). O procedimento de Alta Complexidade contemplou um idoso de 80 anos, que sofria de estenose aórtica, obstrução nas principais válvulas, que impede a saída do sangue para o coração, causando insuficiência cardíaca.
O Tavi é um procedimento minimamente invasivo que substitui a válvula aórtica do coração. Durante a cirurgia, uma nova válvula aórtica é inserida em um cateter e conduzida até o local da válvula aórtica danificada. Sendo assim, diferente da cirurgia convencional, que requer incisão no peito, a válvula é trocada por meio de um cateter, que navega através de uma veia até o coração.
O médico hemodinamicista e cirurgião cardiovascular, Kleberth Tenório, coordenou a operação e explicou que o método foi utilizado devido à idade do paciente. “Por estar com a idade avançada, talvez o paciente não suportasse a cirurgia de modo tradicional, considerada com risco elevado. A escolha pelo método implante de válvula aórtica transcateter é a mais indicada por ser minimamente invasiva e permitir uma recuperação mais rápida”, detalhou.
O procedimento foi realizado em um ambiente apropriado em que a Sala de Hemodinâmica e o Centro Cirúrgico estão conjugados para proporcionar segurança absoluta ao paciente. “A estenose aórtica, no mundo inteiro, se tornou uma epidemia devido ao envelhecimento da população que, naturalmente, vai tendo uma calcificação da válvula. O método é utilizado nos pacientes que não podem ser submetidos a cirurgia tradicional, pelo risco elevado ou até mesmo proibitivo”, informou.
O médico destacou que o procedimento é um marco histórico para a saúde pública de Alagoas. “É a primeira vez que é realizada a Tavi em um hospital 100% público, 100% SUS. É um procedimento que, até o momento, só era possível em hospitais privados, fazendo com que os pacientes da Rede Pública de Saúde não tivessem uma unidade de referência. O método aplicado é um dos objetivos do hospital para avançarmos em terapia menos invasiva ao paciente, possibilitando uma recuperação mais rápida”, disse Kleberth Tenório.
Conforme o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, com essa cirurgia, a Rede Pública de Saúde fica apta a realizar o procedimento para atender todos os alagoanos que necessitarem do mesmo procedimento, representando um grande avanço para a medicina do Estado. “A implantação desse serviço na Rede Pública de Saúde mostra o compromisso do Governo do Estado com a ampliação de especialidades de saúde para o tratamento das pessoas idosas”, salientou.