Repórter: Arnaldo Santtos
Repórter Fotográfico: Arnaldo Santtos
Para conscientizar os profissionais da Central Maceió do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) sobre o Setembro Amarelo, mês que faz alusão à prevenção e pósvenção ao suicídio, a Coordenação de Gestão de Pessoas, através do Setor de Psicologia, realizou, nesta segunda-feira (25), várias Rodas de Conversas. Durante a ação, foram entregues fitas amarelas aos servidores do órgão, em referência à campanha que tem como tema: ‘Se precisar, peça ajuda!’
“Ainda é muito grande o tabu para falarmos sobre suicídio, sofrimento mental ou sofrimento no trabalho. Por isso, planejamos esse dia para levarmos algumas informações relevantes sobre os temas, possibilitando que os profissionais possam fazer uma reflexão sobre este mês, que é fundamental conversar e procurar ajuda, quando necessário”, destacou a psicóloga do Samu, Amália Jambo Muniz Falcão.
Ela salientou também que é preciso se informar mais para aprender e ajudar as pessoas a lutarem contra o problema tão grave, que é o suicídio. Afirmou que é muito importante que as pessoas próximas, como colegas de trabalho, amigos ou os próprios familiares, saibam identificar que alguém está pensando em praticar o suicídio e que possa ajudar, tendo uma escuta acolhedora e sem julgamentos, levando a pessoa a um profissional, psicólogo e, se necessário, também a um psiquiatra.
Amália Jambo Muniz Falcão destacou, ainda, que a pessoa que pensa ou que tentou o suicídio tem uma visão ‘cinza’, ou seja, ssem cor da vida, e que o processo de desesperança está instalado. “A pessoa perdeu o vínculo de vida com ela mesma e com a realidade, por isso a importância de levá-la a profissional”, ressaltou.
Para o servidor José Rubian Correia de Araújo, do Setor de Registro de Ponto do Samu, o tema sempre foi e sempre será importante. “É preciso nos informar sobre saúde mental porque é uma das melhores maneiras de prevenir uma doença ou um sofrimento psíquico é ter informação”, enfatizou.
Todo ano
O dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa de falar sobre o tema ocorre em todo o mês, e também dever ser abordada durante todo o ano. O Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo quando o assunto é suicídio.
A cada segundo uma pessoa pratica o suicídio no mundo, perfazendo um total de quase um milhão de pessoas. O suicídio gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, foram registrados mais de 900 mil suicídios, contando com os episódios subnotificados. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.
Ajuda
Além das Unidades de Saúde que estão espalhadas em todo o território, algumas instituições podem ser fundamentais para acolher e dar o devido encaminhamento para que a pessoa possa sair do sofrimento psíquico, através de psicólogos e psiquiatras e pessoas especialistas em acolhimento, dentre elas, o Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo 188; O Centro de Promoção à Saúde, Educação e Amor à Vida (Cavida) que pode ser contactada pelo INSTAGRAM: @ongcavida, pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); pelo Acolha-me pelo INSTAGRAM: @acolhame.
O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, lembrou que o cuidado com a saúde mental dos servidores e dos alagoanos é um compromisso de todos os que fazem a gestão pública estadual. “Prova disso é que estamos ampliando a rede e criando mais de 90 novos leitos para atender os pacientes que necessitam de assistência na área de saúde mental”, destacou o gestor da saúde estadual.
