Ascom Sesau
Fotos: Ascom Sesau (arquivo)

Servidora pública exemplar, dedicada e dotada de conhecimento técnico apurado, seja no âmbito teórico ou prático. Assim era a enfermeira da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Claudeane Nascimento, de 48 anos, que morreu nesta sexta-feira (6), na Santa Casa de Maceió, vítima de sepse pulmonar.
Natural de Pão de Açúcar, situado às margens do Rio São Francisco, Claudeane Nascimento atuava na Assessoria de Doenças Imunopreveníveis, que realiza ações de prevenção, como vacinação, além de investigar e notificar casos de sarampo e meningite. Apaixonada pelo ato de cuidar, a enfermeira também trabalhava como socorrista na Central Maceió do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Solteira e sem filhos, Claudeane Nascimento morava na capital alagoana desde que foi aprovada no Concurso Público da Sesau, promovido pelo Governo do Estado, em 2002. Extremamente dedicada ao trabalho, sua morte prematura deixou a todos estarrecidos, sejam seus familiares, aos quais nutria grande amor e zelo, bem como, aos seus companheiros de trabalho, devido ao seu comprometimento com as atividades que realizava, como também, ao seu modo espontâneo e carinhoso de tratar os colegas, chamando a todos de “coisa linda”.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, Claudeane Nascimento é a síntese do servidor público capacitado, comprometido, dedicado e que promove a assistência com espírito humanístico. “Ela foi uma servidora exemplar na teoria e na prática. Aquela que estudava e desenvolvia a política pública, mas, que também sabia executá-la. São servidores públicos como Claudeane Nascimento que merecem os nossos aplausos e reconhecimento. Que ela descanse em paz e que seus familiares e amigos sejam confortados e possam receber o abraço de todos que fazem a atual gestão da Sesau”, ressaltou o gestor da saúde estadual.

Conhecimento Científico
Focada na busca do conhecimento científico, Claudeane Nascimento se destacava na Assessoria de Doenças Imunopreveníveis pela sua capacidade de aglutinar três qualidades simultâneas, supervalorizadas para um técnico do Sistema Único de Saúde (SUS). Detinha apurado e atualizado conhecimento teórico, principalmente quanto às portarias do Ministério da Saúde (MS), era uma exímia técnica, que desenvolvia na prática e, na assistência aos pacientes, o conhecimento adquirido, além de saber transmitir as informações aos técnicos que capacitava, bem como, a população em geral, durante as entrevistas que concedia à imprensa alagoana.

“Conheci Claudeane quando ingressei na Assessoria de Comunicação da Sesau, ainda no começo da primeira década dos anos 2000. A princípio ela era a fonte oficial para tabular os dados relacionados às doenças imunopreveníveis, como sarampo e meningite. Sempre solícita, ágil e prática. Com o advento da Influenza, em 2011, a busca por informações cresceu de tal forma que, a então diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, Cleide Moreira, designou-a também para conceder entrevistas à imprensa. Foi aí que ela despontou no âmbito da educação em saúde”, recorda o jornalista Josenildo Törres, que atua na Ascom da Sesau.

Ele ressalta que, no primeiro momento, Claudeane Nascimento relutou em conceder entrevistas à imprensa, pois dizia que só sabia lidar com técnicos e pacientes. Entretanto, por ver nela uma técnica dotada de grande conhecimento e com habilidade para se comunicar, o comunicador convenceu-a a ir até o estúdios da então Rádio Gazeta AM, onde foi entrevistada pelo saudoso jornalista Waldemir Rodrigues, que comandava o programa Ministério do Povo.
“Convenci Claudeane porque, primeiro, ela tinha total domínio técnico das doenças imunopreveníveis, depois pela segurança que passava durante as capacitações técnicas e, em terceiro lugar, pelo fato de ser uma profissional que sabia se expressar de forma didática, facilitando a compreensão da dona de casa, do motorista, do estudante ou do advogado, seja lendo, ouvindo ou assistindo a uma de suas entrevistas. De lá para cá, dezenas de entrevistas se sucederam, sempre com foco na educação em saúde, que é uma das diretrizes da Ascom da Sesau”, ressaltou o jornalista.

Josenildo Törres revela que, diante do companheirismo com Claudeane, uma vez que estiveram trabalhando juntos na Sesau por mais de 12 anos, ele passou a se referir a ela por um apelido carinhoso, que a enfermeira ficava às gargalhadas todas as vezes que ele a chamava. “Nosso companheirismo cresceu a tal ponto, que passei a chamá-la de Joelma, por conta do seu cabelo longo e loiro, das unhas e maquiagem impecáveis e pelo seu largo sorriso. Hoje é um dia triste e de luto para a Sesau. Digo sem medo de errar: todo servidor do SUS que desejar ser referência, deve seguir o exemplo de Claudeane”, salientou o jornalista, que atua há 17 anos na Ascom da Sesau.